AMAR ENQUANTO É TEMPO
1. Coisas que acontecem
Apresenta-se à Equipe de Aconselhamento uma jovem já próxima dos 30. Senta-se e começa a chorar. Depois de receber um lenço de papel e enxugar as lágrimas, ela conta:
- “Meu pai era alcoólatra. Chegava em casa embriagado, sujo, em estado lastimável. Desde minha adolescência, muitas vezes coube a mim a tarefa de ir de bar em bar à sua procura. Levava-o para casa quase arrastado, com todo mundo olhando. Eu me sentia humilhada, envergonhada e até mesmo com raiva dele. Por fim, decidi não mais falar com ele.
Há dois meses, o dia amanheceu e meu pai não saiu do quarto. Já era meio-dia e foi preciso arrombar a porta. Encontramos meu pai morto.”
A jovem voltou a chorar e acrescentou:
- Eu podia ter amado meu pai... Agora ele está morto... Que vou fazer?”
2. Pensando juntos
Foi muito triste a experiência dessa moça. Não é fácil enfrentar a dificuldades que ela enfrentou. Mas o desfecho da situação não a deixou feliz. O sentimento de culpa faz uma ferida muito profunda. Se ela tivesse encontrado forças para seguir amando um pai que a fazia sofrer, certamente não viria a experimentar a mesma culpa.
Ela descobriu – pelo lado mais duro – que nós temos um tempo para viver e conviver, amar e perdoar. Findo esse tempo, já não há mais nada a fazer. Fechou-se aquela porta que estava aberta diante de nós...
3. Para uma reunião de casais
- Você já passou por situação semelhante?
- Acredita que há um limite para exercitar o amor e, chegado a esse limite, o melhor é desistir?
- A jovem deste acontecimento agiu certo ao cortar as relações com o pai?
- De que modo ele poderia ter conseguido forças para continuar tratando bem o seu pai?
- Há algo que os casais possam fazer para auxiliar outras famílias em situação semelhante?
Para rezar com a Bíblia:
Salmo 13[12]
Até quando, Senhor, me esquecerás para sempre?
Até quando me ocultarás o teu rosto?
Até quando na minha alma
experimentarei aflições,
tristeza no coração a toda hora?
Até quando de mim triunfará o inimigo?
Olha, responde-me, Senhor, meu Deus,
conserva a luz a meus olhos,
para que eu não durma o sono da morte,
para que meu inimigo não possa dizer:
“Eu o venci!”
e não exultem meus adversários se eu vacilar.
Mas eu confiei na tua misericórdia.
Alegre-se meu coração na tua salvação
e cante ao Senhor, pelo bem que me fez.
* * *