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AMAR ENQUANTO É TEMPO

Antonio Carlos Santini

11/8/2024

1. Coisas que acontecem

Apresenta-se à Equipe de Aconselhamento uma jovem já próxima dos 30. Senta-se e começa a chorar. Depois de receber um lenço de papel e enxugar as lágrimas, ela conta:

- “Meu pai era alcoólatra. Chegava em casa embriagado, sujo, em estado lastimável. Desde minha adolescência, muitas vezes coube a mim a tarefa de ir de bar em bar à sua procura. Levava-o para casa quase arrastado, com todo mundo olhando. Eu me sentia humilhada, envergonhada e até mesmo com raiva dele. Por fim, decidi não mais falar com ele.

Há dois meses, o dia amanheceu e meu pai não saiu do quarto. Já era meio-dia e foi preciso arrombar a porta. Encontramos meu pai morto.”

A jovem voltou a chorar e acrescentou:

- Eu podia ter amado meu pai... Agora ele está morto... Que vou fazer?”

2. Pensando juntos

Foi muito triste a experiência dessa moça. Não é fácil enfrentar a dificuldades que ela enfrentou. Mas o desfecho da situação não a deixou feliz. O sentimento de culpa faz uma ferida muito profunda. Se ela tivesse encontrado forças para seguir amando um pai que a fazia sofrer, certamente não viria a experimentar a mesma culpa.

Ela descobriu – pelo lado mais duro – que nós temos um tempo para viver e conviver, amar e perdoar. Findo esse tempo, já não há mais nada a fazer. Fechou-se aquela porta que estava aberta diante de nós...

3. Para uma reunião de casais

- Você já passou por situação semelhante?

- Acredita que há um limite para exercitar o amor e, chegado a esse limite, o melhor é desistir?

- A jovem deste acontecimento agiu certo ao cortar as relações com o pai?

- De que modo ele poderia ter conseguido forças para continuar tratando bem o seu pai?

- Há algo que os casais possam fazer para auxiliar outras famílias em situação semelhante?

Para rezar com a Bíblia:

Salmo 13[12]

Até quando, Senhor, me esquecerás para sempre?

Até quando me ocultarás o teu rosto?

Até quando na minha alma

experimentarei aflições,

tristeza no coração a toda hora?

Até quando de mim triunfará o inimigo?

Olha, responde-me, Senhor, meu Deus,

conserva a luz a meus olhos,

para que eu não durma o sono da morte,

para que meu inimigo não possa dizer:

“Eu o venci!”

e não exultem meus adversários se eu vacilar.

Mas eu confiei na tua misericórdia.

Alegre-se meu coração na tua salvação

e cante ao Senhor, pelo bem que me fez.

* * *