APOSTOLADO COLABORATIVO

ARTIGOSA IGREJA E OS FUNDAMENTOS DA FÉ

Rafael Andrade Filho

6/15/20243 min ler

onsidere por um momento a imagem da história do Beato Miguel Pro. Ao retornar ao México, em 1926, o Padre Pro encontrou uma Igreja vastamente perseguida e sentiu-se chamado a missão, dando ao povo os sacramentos da Igreja, o que era ilegal de se administrar no México naquela época. Ele reuniu uma pequena força de jovens – ensinando-os, formando-os e dando-lhes a força dos sacramentos – os quais, então, iam às aldeias e buscavam novos bebês para serem batizados, casais que desejavam um casamento sacramental e comunidades que desejavam a Eucaristia. Esses jovens traziam relatos ao padre Pro, que corria diretamente aos necessitados dos sacramentos e arriscava sua vida para levar Cristo ao povo.

O apostolado colaborativo é aquele em que o clero e os leigos visam a Cristificação do mundo, respeitando os ofícios, carismas e papéis de cada estado na vida. O nosso apostolado une esforços entre clérigos e leigos em conformidade com o desafio do Concílio Vaticano II, sem distorcer o papel e o carisma particulares de cada vocação.

O Apostolicam Actuositatem(1), decreto do Concílio Vaticano II sobre os leigos, assim o afirma:

A Igreja nasceu para tornar todos os homens participantes da redenção salvadora (1) e, por eles, ordenar o universo inteiro efetivamente a Cristo, expandindo pelo mundo o seu reino para glória de Deus Pai. Toda a atividade do Corpo místico que a este fim se oriente, chama-se apostolado. A Igreja exerce-o de diversas maneiras, por meio de todos os seus membros, já que a vocação cristã é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado...

Existe na Igreja diversidade de funções, mas unidade de missão. Aos Apóstolos e seus sucessores, confiou Cristo a missão de ensinar, santificar e governar em seu nome e com o seu poder. Mas os leigos, dado que são participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo (2). Exercem, com efeito, apostolado com a sua ação para evangelizar e santificar os homens e para impregnar e aperfeiçoar a ordem temporal com o espírito do Evangelho; deste modo, a sua atividade nesta ordem dá claro testemunho de Cristo e contribui para a salvação dos homens. E sendo próprio do estado dos leigos viver no meio do mundo e das ocupações seculares, eles são chamados por Deus para, cheios de fervor cristão, exercerem como fermento o seu apostolado no meio do mundo.

Portanto, clero e leigos têm vocações e papéis distintos, mas devem ser complementares e colaborativos. Esta colaboração chama todos os batizados à santidade e à missão. O Concílio Vaticanos II discute o clero nos termos: "sacerdotes, profetas e reis". Os Sacerdotes são aqueles que santificam, ensinam e governam. Os leigos, por sua vez, uma vez santificados e instruídos são chamados a ir para seu habitat natural, que é o mundo – para as arenas do governo, jornalismo, comunicação, negócios, finanças, economia, esportes, entretenimento e todas as áreas da vida – e santificar esse mundo.

Se o clero estivesse santificando, governando e ensinando sem os leigos, quem sairia e transformaria o mundo? Por outro lado, um laicato que é indevidamente instruído, não santificado e não governado não saberá como santificar o mundo. E assim, são os dois nesta estreita colaboração mutuamente influente que farão o que Cristo quer: a propagação do Reino de Deus.

Depois de terem sido guiados à fé pelo clero, e santificados pela graça que é conferida por eles através dos sacramentos, os leigos são enviados para levar essa graça a todos aqueles que encontram. Portanto, os leigos, que trabalham no mundo secular, proclamam Cristo nesse mundo. O Apostolado do Instituto Véritas tem como objetivo aumentar a colaboração eficaz entre os dois estados de vida, clero e leigos, para que tenhamos um apostolado que seja, ao mesmo tempo, eficaz e de longo alcance.

(1) https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19651118_apostolicam-actuositatem_po.html

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