
CORPO E ESPOSA (2Co 11,2)
LEITURAS DA LITURGIA2COPRTEOLOGIAGL 3MT 19
Venerável Fulton Sheen (1895-1979)
8/23/2025
" Experimento por vós um zelo semelhante ao de Deus. Desposei-vos a um esposo único, a Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura. Receio, porém, que, como a serpente seduziu Eva por sua astúcia, vossos pensamentos se corrompam, desviando-se da simplicidade devida a Cristo." (2Co 11, 2-3)
Quando são Paulo recebeu diretamente de Deus a sua revelação, e começou a ensinar, escreveu aos coríntios:
“Eu vos zelo com zelo de Deus, porquanto eu desposei-vos para vos apresentar como Virgem Pura, a um único Esposo, a Cristo” (2Cor 11,2s).
Assim como Eva foi uma continuação ou uma projeção do corpo de Adão, “costela de sua costela, carne de sua carne”, assim é a Igreja o prolongamento da Encarnação de Cristo.
“Porque assim como num só corpo temos muitos membros e nem todos os membros têm a mesma função, assim, ainda que muitos, somos um só corpo em Cristo e cada um de nós membros uns dos outros” (Rm 12,4s)
As numerosas referências que se encontram nas Escrituras à Igreja como Corpo de Cristo partem da ideia básica de que a Igreja é a Nova Mística de Cristo. A Igreja é o Seu Corpo, porque é a Sua Esposa. São Paulo não está dizendo que a união de Cristo com Sua Igreja seja semelhante a um casamento humano, mas antes que o casamento humano é semelhante à união de Cristo e da Igreja. As realidades são eternas; suas sombras é que se projetam no tempo... O casamento humano é um reflexo imperfeito da união entre o divino e o humano, donde se conclui que o sexo não entra absolutamente nessa analogia. Uma visão mais espiritual atribui ao casamento o sentido de “grande mistério” que lhe dá são Paulo.
“Não há homem nem mulher; porque todos vós sois um só em Jesus Cristo” (Gl 3,28).
Todo casamento verdadeiro é duradouro porque Deus assim ordenou: “Aquilo que Deus uniu, não separe o homem” (Mt 19,6). Mas na ordem sobrenatural de almas batizadas, o casamento cristão evoca a união de Cristo e da Igreja.
“Este mistério é grande, mas eu o digo em relação a Cristo e à Igreja” (Ef 5,32).
Assim como Cristo assumiu uma natureza humana, não por três anos, nem por trinta e três, mas por toda a eternidade, assim marido e mulher tomam um ao outro não por um período determinado, mas para sempre, até que a morte os separe. Esse é o principal motivo da indissolubilidade do vínculo matrimonial entre duas pessoas batizadas, pois é um símbolo da união indissolúvel entre Cristo e Sua Esposa. Assim como Cristo tem por Esposa uma só Igreja, sob pena de ser acusado de adultério espiritual, assim também deve o marido ter uma só mulher, e a mulher um só marido. Como Cristo nunca abandonaria Sua Esposa, também não devem os cônjuges jamais se abandonar.
Excerto adaptado de: Sheen, Fulton J.. Três para casar: O projeto de Deus para seu casamento (Portuguese Edition) (p. 163-164). Petra. Kindle Edition.
O CASAMENTO DA VIRGEM MARIA E SÃO JOSÉ
Luca Giordano / 1688
Óleo sobre tela
Museu do Louvre , Paris

