E ELE VOS DARÁ OUTRO PARÁCLITO

Sem o Espírito, a Igreja é uma organização, a missão é propaganda. (Papa Francisco)

Vivemos tempos de Pentecostes na Igreja Católica. Quem conhece um pouco de história da Igreja, não só de palpite, diga-se, sabe que passamos nos últimos 100 anos por uma profunda Renovação.

A Presença do Espírito Amado e do Amor nos dá uma certeza de que não estamos presos no tempo, mas vivemos um contínuo frescor de Eterna Novidade.

Recentemente, quando um grupo com intenções políticas (seja intra ou extra eclesia) publicou uma frase de um Papa do início do Século XX, fiz uma pequena provocação pedagógico-pastoral: precisamos ouvir mais à Francisco.

Como imaginei, acharam que eu estava renegando o que o Papa Pio XI dizia, mas não era este o caso. Sou católico. Não discuto com ensino dos Papas.

Mas a Presença do Espírito Santo, prometido por Jesus, garante duas coisas: a eleição de Papas por Ele escolhidos e; que o anúncio seja sempre o que precisamos para o dia de hoje.

Não, nunca serão novas doutrinas. Mas a atualização do Evangelho, pela força do Espírito, para os tempos atuais.

Esta ação pneumática vem a ocorrer tanto na forma das coisas (por exemplo, você está lendo o texto de um leigo neste momento. Isso seria raro 50 anos atrás, por exemplo) quanto no conteúdo (o Concílio Vaticano II teve um interessante debate sobre o Espírito Santo, em que o Cardeal Suenens foi ‘vitorioso’, trazendo novas perspectivas que estavam adormecidas na Igreja sobre o tema).

Mas não, não muda a essência. A essência é o Amor de Deus, que permanece de geração em geração.

Isso parece, no entanto, assustar muita gente, que não aceita que é preciso pescar diferente, que o povo já sente que o tempo chegou. (Pe. Zezinho)

A Igreja não deve ter medo do novo. Precisou João Paulo II limpar a barra dos erros dos processos contra Galileu Galilei, quatro séculos depois. Aliás, São João Paulo II, por meio do Jubileu do Ano 2000, fez uma grande ‘limpeza’, naquela sequência histórica de pedidos de perdão que facilitaram muito a gente a reconhecer, diante do mundo, dos erros do povo de Deus. Hoje é Francisco.

Após ele, virá outro. E outro.

Assim, seguimos o que Jesus nos ensinou: A Igreja pelos tempos também é comparada a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas. (Mateus 13, 52)

Mas quem nos permite isso é a Doce Suave Presença do Espírito entre nós. Que atualiza a Graça e todo o Mistério da Salvação.

LUÍS ALBERTO BASSOLI - Estudante de Teologia pela UCB, licenciado em Filosofia e Pedagogia. Educador há 35 anos, é hoje Diretor em Creche Municipal de Paulínia - SP. De espiritualidade carismática e solidária, produz o Podcast “Filhos de Francisco”. A Esperança o leva além do fracasso. (Amoris Laetitia n. 305)