
MULHERES QUE SALVAM
INFÂNCIA E JUVENTUDEFAMÍLIAPR
Antonio Carlos Santini
1. Coisas que acontecem
Maria casou-se muito jovem. O noivo bebia “socialmente”. Ela achou que isso era normal. Com o tempo, porém, João mostrou-se dependente do álcool e seu comportamento mudou. Alternava período de fechamento em si mesmo, quase incomunicável, e períodos de agressividade em relação à mulher e aos filhos.
Maria descobriu, então, as queixas repetidas, as acusações sem motivo e eventuais agressões verbais, sem excluir ameaças físicas.
A saúde de João vai-se deteriorando. É a esposa quem cuida dele, marca as consultas, controla os remédios. Mas Maria está cansada de tudo isso, pois o comportamento de João não parece melhor. A ideia de separação lhe ocorre com frequência. Indecisa e inquieta, procura aconselhamento.
2. Pensando juntos
Ela sentou-se e tentou falar. As lágrimas chegaram na frente. Depois do lenço de papel, Maria suspirou fundo e desfiou o rosário de queixas. O conselheiro apenas escutava. Aqui e ali, fazia algumas perguntas. Entre estas, perguntou: - “Você ainda o ama?” Ela baixou os olhos e respondeu: - “Sim”. E veio outra pergunta: - “Diga-me... O que seria de João se ele não se tivesse casado com você?” Maria respondeu rápido, sem pensar, elevando a voz: - “Ah! Ele já teria morrido há muito tempo!”
O conselheiro comentou: - “Está vendo? Você é uma presença salvífica na vida de seu marido. Se eu fosse Deus e visse que um homem caminha para a perdição, eu logo pensaria em achar uma mulher que fosse instrumento de salvação na vida dele...”
O rosto de Maria se iluminou. Tinha encontrado um sentido para sua cruz. E voltou para casa disposta a levar adiante a sua missão.
3. Para uma reunião de casais
- Você conhece casais nesta mesma situação?
- Você já passou por uma experiência semelhante em seu casamento?
- Você concorda que um dos cônjuges se sacrifique pelo outro?
- Onde encontrar forças para fazer frente a um desafio assim?
Para rezar com a Bíblia:
Salmo 69[68], 2-4.14-17
Salva-me, ó Deus,
pois a água sobe até o meu pescoço.
Estou atolado no lodo profundo,
onde não posso ficar de pé;
Caí nas águas profundas e as ondas me arrastam.
Cansei-me de gritar, minha voz ficou rouca,
meus olhos se consomem à espera de meu Deus.
Mas minha prece sobe a ti, Senhor, no tempo favorável.
Atende-me conforme tua grande piedade,
segundo tua clemência que salva.
Tira-me do lodo, para que não afunde,
que eu seja livre dos que me odeiam
e da água profunda.
Que a correnteza não me arraste,
que o pântano não me devore,
e o abismo não feche sua boca sobre mim.
Ouve-me, Senhor, pois tua piedade é benigna,
conforme tua grande misericórdia olha para mim.
* * *