O NOVO SUMO SACERDOTE (Jo 17, 1-26)
LEITURAS DA LITURGIAJO 17LVOS EVANGELHOSTEOLOGIA
Joseph Ratzinger (1927 - 2022)
" E, por eles, a mim mesmo me santifico, para que sejam santificados na verdade. Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim..." (Jo 17, 19-20)
"O sacerdote que tiver recebido a unção e a investidura, para oficiar em lugar de seu pai, fará o rito de expiação... pelos sacerdotes e por todo o povo da comunidade...[e] pelos filhos de Israel, por todos os seus pecados." (Lv 16, 32-34)
De acordo com a teologia rabínica, a ideia da aliança - a ideia de estabelecer um povo santo para ser um interlocutor de Deus em união com ele - é anterior à ideia da criação do mundo e fornece seu motivo interno. O cosmos foi criado - não para que houvesse muitas coisas no céu e na terra, mas para que houvesse um espaço para a "aliança", para o "sim" amoroso entre Deus e seu respondente humano.
Todos os anos, a Festa da Expiação[1] restaura esta harmonia, este sentido interior do mundo que é constantemente perturbado pelo pecado e, portanto, marca o ponto alto do ano litúrgico judaico. A estrutura do ritual descrito em Levítico 16 é reproduzida exatamente na oração de Jesus: assim como o sumo sacerdote faz expiação por si mesmo, pelo clã sacerdotal e por toda a comunidade de Israel, Jesus ora por si mesmo, pelos apóstolos e, finalmente, por todos os que virão a crer nele por meio de sua palavra - pela Igreja de todos os tempos.
A oração de Jesus o manifesta como o sumo sacerdote do Dia da Expiação. Sua cruz e sua exaltação são o Dia da Expiação para o mundo, no qual toda a história do mundo – diante de todo pecado humano e suas consequências destrutivas – encontra seu significado e está alinhada com seu verdadeiro propósito e destino.
[1]A festa da expiação, ou Yom Kipur, é o dia mais sagrado do calendário judaico, dedicado à expiação, arrependimento e oração. É um dia de jejum, reflexão e busca pelo perdão de pecados.
Excerto Traduzido de: RATZINGER, Joseph. Jesus of Nazareth: holy week. 1. ed. São Francisco: Ignatius Press, 2011. p. 78-79.
Seleção e Tradução: Rafael Andrade Filho.
A QUEDA DA BABILÔNIA
Ciro, o Grande, derrotando o exército babilônico / 1831 / John Martin
O Zigurate ao fundo, sob um céu escuro e tempestuoso, com multidões em perigo

