PODE UM CEGO CONDUZIR AO AMOR DO EVANGELHO?
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Rafael Andrade Filho
10/7/2025
"O mandamento amar o próximo como a si mesmo, significaria amar apenas o próximo que é meu amigo, que é do meu "lado", que me quer bem?" Não. Jesus mesmo confronta essa ideia: “Se amais os que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam” (Lucas 6:32). O mandamento bíblico é mais profundo: não se reduz ao afeto recíproco, mas exige a graça que alcança o indigno. Portanto, o imperativo "amar o próximo", tem como pressuposto obvio e sua expressão plena no perdão. O imperativo do perdão acompanha o mandamento do amor.
É por isto que a essência do Cristianismo não é ser um cidadão honesto, que vai a missa, louva a Deus, que prega o Evangelho e que ajuda os pobres e necessitados. A Essência do cristianismo é exatamente perdoar quem assim não é. Quando Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deve perdoar, Jesus responde: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18:21–22), significando que se deve perdoar o tempo todo, sem limites.
E é por isto também que nós, evangelizadores, sacerdotes e pregadores devemos nos perguntar sempre: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no barranco?” (Lucas 6:39). Esta pergunta do Senhor é totalmente dirigida para todos nós. E qual a maior causa de cegueira espiritual? São João nos descreve um cego em sua carta: "Quem ama seu irmão permanece na luz e não se expõe a tropeçar. Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, sem saber para onde dirige os passos: as trevas cegaram seus olhos". Irmãos, com a pergunta de Jesus no coração reflitamos: Pode esta pessoa descrita por João guiar alguém? O ódio e o ressentimento embotam a visão espiritual, tornando quem os cultiva um cego incapaz de conduzir com verdade. Somente o coração curado pela misericórdia pode orientar, ensinar e conduzir ao amor do Evangelho.
Irmãos, se você não ama seu inimigo, estará você realmente conduzindo à Cristo? Atualmente, a fonte de ressentimento mais premente tem sido a política, e é por isto que o sacerdote "político" deve ser corrigido; e é por isto que o Papa Leão tem sido insistente em banir a política da Igreja. Pode alguém que destila ódio político realmente conduzir com verdade? Se você guarda ressentimento ou tem ódio, ainda que seja dirigido a uma figura pública, vá se confessar!
Texto de Rafael Andrade Filho, Mestrando em Educação Católica e Teologia pelo Augustine Instituto, EUA. Membro da Comunidade Word on Fire Ministers. https://www.facebook.com/br.rafael.andrade
