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SONETO A NOSSO SENHOR

POESIA E FÉCULTURAPR

Gregório de Matos e Guerra (1636-1696)

12/28/20241 min ler

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,

Da vossa alta clemência me despido;

Porque quanto mais tenho delinquido

Vos tem a perdoar mais empenhado.

Se basta a voz irar tanto pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na sacra história.

Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,

Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,

Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Gregório de Matos e Guerra importante poeta brasileiro do barroco em Portugal e no Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa no período colonial.

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