a body of water surrounded by lush green trees

A ÁRVORE SE CONHECE POR SEU FRUTO... (Lc 6, 39-45)

OS EVANGELHOSLC 6

Antonio Carlos Santini

3/2/20253 min ler

Este Evangelho vem nos colocar diante do dom de discernimento: aquela lâmina aguda que permite distinguir o bem do mal. Um dom sem o qual não chegamos a identificar o “espírito” que está por trás de uma proposta, de um conselho, de uma intenção. Sem este dom, nós não passaremos de cegos a guiar outros cegos.

“Em outra parábola – comenta Dom André Louf – Jesus havia sugerido aguardar pela hora da colheita antes de separar sem riscos o bom trigo do joio. Hoje, ele nos remete mais uma vez à época dos frutos: uma árvore boa jamais dá frutos maus”.

“Antes, porém, que o fruto amadureça e caia, existe o tempo da paciência e da espera, inclusive de respeito pela seiva que sobe e pela vida que brota e, uma vez devidamente auxiliada, lentamente cresce, antes de se reservar um tempo para amadurecer.”

Claro que este princípio tem importantes consequências e aplicações pedagógicas. Entre outras, o cuidado em não antecipar condenações e julgamentos e apressados, que podem ser alimentados por preconceitos, ideologias, temores e feridas pessoais.

A vida da pessoa humana tem muita coisa em comum com as árvores frutíferas. Espera-se pelo fruto da árvore. É possível que ela nos faça alegres com seus bons frutos. Pode chegar um tempo que não lhe reste outro destino senão tornar-se lenha...

“Muitas vezes Jesus repetiu: o homem não será julgado a partir de observâncias e ritos impostos do exterior, mas daquilo que lhe vem do interior, de seu próprio coração. É inútil tentar converter-se trocando de hábitos ou maneiras de fazer, mesmo para melhor. Só nos convertemos por uma mudança do coração.”

“É nesta profundidade, no seu coração, que todo homem, mais dia, menos dia, deve ser atingido por uma palavra semelhante à sua e, ao mesmo tempo, tão diferente. Trata-se da Palavra de Deus, Jesus Cristo, que veio derramar sobre a terra tudo o que estava no coração paternal de Deus, ele mesmo um eco perfeito de um coração: o coração misericordioso do Pai.”

Desde o início, João Batista nos alertava: “Dai frutos que mostrem vossa conversão”. (Mt 3,8)

Orai sem cessar: “Árvore da vida é o fruto do justo.” (Pr 11,30)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Escute a reflexão no vídeo abaixo

Leitura do Evangelho de São Lucas, Cap. 6, 39-45

Condições do zelo 39 Disse-lhes ainda uma parábola: “Pode acaso um cego guiar outro cego? Não cairão ambos num buraco? 40 Não existe discípulo superior ao mestre; todo o discípulo perfeito deverá ser como o mestre. 41 Por que olhas o cisco no olho de teu irmão, e não percebes a trave que há no teu? 42 Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não vês a trave em teu próprio olho? Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho de teu irmão. 43 Não há árvore boa que dê fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; 44 com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto; não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. 45 O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração.

Texto da Bíblia de Jerusalém.

IMAGEM DE CAPA:

"Pode um cego guiar outro cego?"

OS CEGOS GUIANDO OUTROS CEGOS

Pintado por Pieter Brueghel/ 1568 / Holanda

Museo di Capodimonte, Nápoles, Itália

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