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AOS POBRES ME ENVIOU! (Lc 4, 14-22a)

OS EVANGELHOSLC 4

Antonio Carlos Santini

1/9/20253 min ler

Desde o Antigo Testamento, as promessas de Deus falavam de um Messias que seria enviado aos pobres, acudindo aos órfãos, às viúvas e ao estrangeiro (cf. Is 1,17; 66,2; Os 14,3). No entanto, quando se anuncia a ternura de Deus pelos pobres, até a classe média (que não é rica, a rigor) se sente incomodada. No fundo, talvez, não se sintam pobres... E por isso, sentem-se excluídos...

Ora, somos todos pobres. O rico que não tem fé é pobre. O pobre que se revolta com sua pobreza, também é. O idoso que vai perdendo a força e a saúde, eis o pobre! O milionário que só conta consigo mesmo, como é pobre! Se o pobre que confia em Deus é rico, o homem rico que se tranca a sete chaves com medo do ladrão, pobrezinho!... Frei Raniero Cantalamessa fala de “ricos no tempo e pobres na eternidade”, quando nossos tesouros são apenas as riquezas que passam, e não os valores eternos. Dinheiro, terras e fama, tudo leva o tempo. Só o amor de Deus permanecerá conosco...

Ouvir que Jesus veio para anunciar a Boa Nova aos pobres devia nos encher de alegria e de gratidão! Afinal, não podemos salvar a nós mesmos. Não há boa obra que possa comprar-nos o céu. A salvação será sempre um dom gratuito que manifesta a misericórdia, o “louco amor” de Deus por nós. Assim sendo, somos pobres: é sobre nós que se derrama o rico amor de Deus.

Já é tempo, pois, de mudar de mentalidade! Nós somos todos pobres. Somos absolutamente miseráveis. E é exatamente a nossa miséria que “faz cócegas” na misericórdia de Deus. Nossa miséria atrai seu olhar de compaixão. Jesus deixou isto bem claro: quem precisa de médico é o doente; ele não veio para os “justos”, mas para os pecadores...

Claro, há pobres à espera de meu amor e de meu serviço. É uma questão de fé! Como escreve Bento XVI, “em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. ‘Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes’ (Mt 25,40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que se faz próximo nosso no caminho da vida”. (Porta Fidei, 14)

Se me sinto rico, tenho a ilusão de não precisar de Deus. Se sou pobre, Deus se debruça e me abraça.

Orai sem cessar: “Senhor, o fraco se entrega a ti!” (Sl 10,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Leitura do Evangelho de São Lucas, Cap. 4, 14-22

Jesus inaugura sua pregação —14Jesus voltou então para a Galiléia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a região circunvizinha. 15Ensinava em suas sinagogas e era glorificado por todos.

Jesus em Nazaré —16 Ele foi a Nazaré, onde fora criado, e, segundo seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. 17 Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; abrindo-o, encontrou o lugar onde está escrito: 18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos 19e para proclamar um ano de graça do Senhor. 20Enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se. Todos na sinagoga olhavam-no, atentos. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura”. 22Todos testemunhavam a seu respeito, e admiravam-se das palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E diziam: “Não é o filho de José?”

Texto da Bíblia de Jerusalém.

Escute a reflexão no vídeo abaixo

IMAGEM DE CAPA:

JESUS NA SINAGOGA

Joakim Skovgaard / 1914

David Collection, Copenhagen, Dinamarca

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