
APRENDEI DA FIGUEIRA... (Mc 13, 24-32)
OS EVANGELHOSMC 13
Em 14/11/2021, em Roma, o Papa Francisco comentou este Evangelho em sua homilia:
“As imagens utilizadas por Jesus, na primeira parte do Evangelho de hoje, deixam-nos apreensivos: o sol escurece, a lua deixa de dar claridade, as estrelas caem e as forças celestes são abaladas (cf. Mc 13,24-25). Mas, pouco depois, o Senhor abre à esperança: será num momento assim, de total obscuridade, que há de vir o Filho do Homem (cf. Mc 13, 26); e agora já se podem contemplar os sinais da sua vinda, como quando deduzimos que o verão está próximo por ver que a figueira começa a cobrir-se de folhas (cf. Mc 13,28).
Deste modo o Evangelho ajuda-nos a ler a história, captando dois aspectos dela: as dores de hoje e a esperança de amanhã. Por um lado, evocam-se todas as dolorosas contradições em que a realidade humana vive imersa em cada tempo; por outro, há o futuro de salvação que a espera, isto é, o encontro com o Senhor que vem para nos libertar de todo o mal. Vejamos estes dois aspetos, com o olhar de Jesus.
O primeiro aspeto: a dor de hoje. Vivemos numa história marcada por tribulações, violências, sofrimentos e injustiças, à espera duma libertação que parece nunca mais chegar. E os feridos, oprimidos e às vezes esmagados por tudo isso são sobretudo os pobres, os elos mais frágeis da cadeia. [...]
Em contrapartida, existe o segundo aspecto: a esperança de amanhã. Jesus quer abrir-nos à esperança, arrancar-nos da angústia e do medo à vista da dor do mundo. Para isso assegura-nos: ao mesmo tempo que o sol se obscurece e tudo parece cair é precisamente quando Ele Se faz vizinho a nós. Nos gemidos da nossa dolorosa história, há um futuro de salvação que começa a germinar por entre os dramas da história.
A esperança de amanhã floresce na dor de hoje. Sim, a salvação de Deus não é só uma promessa reservada para o Além, mas cresce já agora dentro da nossa história ferida – todos temos o coração enfermo –, abre caminho por entre as opressões e injustiças do mundo. Precisamente no meio do lamento dos pobres, o Reino de Deus desabrocha como as folhas tenras duma árvore e conduz a história para a meta, para o encontro final com o Senhor, o Rei do Universo que nos libertará definitivamente.
Chegados aqui, perguntemo-nos: Que se nos pede, a nós cristãos, face a esta realidade? Pede-se para nutrir a esperança de amanhã, curando a dor de hoje. Estão interligados: se tu não caminhas curando as dores de hoje, dificilmente terás a esperança de amanhã. De fato, a esperança que nasce do Evangelho não consiste em esperar passivamente por um amanhã em que as coisas hão de correr melhor – isto não é possível –, mas em tornar concreta hoje a promessa de salvação de Deus: hoje, cada dia...”
Orai sem cessar: ““Espera no Senhor e tem coragem.” (Salmo 27,14)
Apresentação de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Leia aqui o Evangelho...
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos cap. 13, 24-32
Manifestação gloriosa do Filho do Homem — 24 Naqueles dias, porém, depois daquela tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, 25 as estrelas estarão caindo do céu, e os poderes que estão nos céus serão abalados. E verão o Filho do Homem vindo entre nuvens com grande poder e glória. 27 Então Ele enviará os anjos e reunirá seus eleitos, dos quatro ventos, da extremidade da terra à extremidade do céu.
Parábola da figueira —28 Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando o seu ramo se torna tenro e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está próximo. 29 Da mesma forma, também vós, quando virdes essas coisas acontecendo, sabeis que Ele está próximo, às portas. 30 Em verdade vos digo que esta geração não passará até que tudo isso aconteça. 31 Passarão o céu e a terra. Minhas palavras, porém não passarão. 32 Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai.
Fonte: Bíblia de Jerusalém.

