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E FAZENDO PERGUNTAS... (Lc 2, 41-52)

OS EVANGELHOSLC 2

Antonio Carlos Santini

12/29/20243 min ler

Após três dias de angustiada procura, Maria e José encontram o adolescente Jesus entre os doutores. E ele faz perguntas...

Apenas um sinal de que Jesus passará toda a sua vida a fazer perguntas, a colocar questionamentos – muitas vezes incômodos para nós. Na verdade, ele mesmo é a pergunta fundamental que interpela a cada um de nós.

Nas palavras de François Trévedy, OSB, “Jesus se põe no meio de nós como a Pergunta irredutível e inevitável”. E a resposta que lhe damos define de modo substantivo o sentido de nossa vida. Durante toda a sua vida pública, ele estará distribuindo perguntas em todas as direções: “Que procurais?” “Que queres que te faça?” “Quantos pães tendes?” “Por que tanto medo?” “Por que choras?” “Tu me amas?”

Também nós, em nossa inquietação, temos perguntas para Jesus: “Onde moras?” “És tu aquele que há de vir?” “É para nós esta parábola?” “São poucos os que se salvam?” “Que devo fazer para herdar a vida eterna?”

O autor beneditino nos aconselha a não desanimar e insistir em nossas perguntas: “Não tenhamos medo de nossas perguntas. Não ignoremos a Pergunta em pessoa que nos é proposta no presépio e na cruz, nas Escrituras e na história, em nossa vida cotidiana. A pergunta não é colocada como um simples volteio de frase; ela é proposta como um alicerce ainda mais fundamental que tudo o que julgávamos bem estabelecido neste mundo; ela é o abismo sobre o qual tudo está posto. Ela um caminho de existência, é a própria condição que Deus assumiu no meio de nós, em nós, porque ela é também a nossa condição. Humanamente, só vivemos em estado de pergunta...”

Responder a Jesus Cristo significa escolher um caminho, adotar um itinerário de vida. Alguns escolhem estacionar, criar raízes, edificar torres, estabelecer impérios. Outros – bem-aventurados! – preferem caminhar, seguir em frente, olhos no horizonte, galgar a montanha para encontrar o Menino.

Podem encontrá-lo na manjedoura, como os pastores. Encontrá-lo no Templo, como Maria e José. Encontrá-lo na escuridão da noite, como Nicodemos. Podem os encontrá-lo na cruz, como o bom ladrão. Não importa onde o encontramos. Importa dar à nossa vida um sentido de resposta. E quando alguém duvidar de Cristo, poderemos dizer: minha vida é resposta ao Salvador.

Orai sem cessar: “Ele me invocará e lhe darei resposta...” (Sl 91,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Leitura do Evangelho de São Lucas, Cap. 2, 41-52

Jesus entre os doutores —41Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa daPáscoa. 42Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para a festa. 43Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45E não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; 47e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas. 48Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. 49Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera.

Ainda a vida oculta em Nazaré —51Desceu então com eles para Nazaré e era-lhessubmisso. Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração. 52E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens.

Texto da Bíblia de Jerusalém.

Escute a reflexão no vídeo abaixo

IMAGEM DE CAPA:

O ENCONTRO DO SALVADOR NO TEMPLO

William Holman Hunt / 1855

Óleo sobre Tela

Museu de Artes de Birmigham, Reino Unido

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