
EU VOS ALIVIAREI! (Mt 11,28-30)
OS EVANGELHOSPRMT 11
Antonio Carlos Santini
7/17/2025
A vida pesa. Nem poderia ser de outro modo, pois somos uma raça ferida pelo pecado original. Ainda que o Batismo cristão tenha erradicado em nós a culpa da origem, autêntico “genoma espiritual”, permanecem as sequelas em nossa carne e em nossa mente. Não há outra explicação para as más tendências que se manifestam desde o início da vida dos bebês: impaciência, ciúme, egocentrismo e muito mais.
Se a vida pesa, se a existência nos sobrecarrega com seu fardo, o Salvador Jesus assumiu nossa carne, nascendo de Mulher, exatamente para nos aliviar. Lavando-nos em seu sangue, reatou a amizade rompida na origem. É nele, Jesus, que fomos adotados pelo Pai. E seu terno amor não consegue ficar indiferente às nossas misérias, a nossas quedas e enfermidades...
No Evangelho de hoje, Jesus se dirige especialmente a você, que se sente cansado da caminhada, onerado por um trabalho que oprime, incapaz de perseverar em sua missão. Ele propõe uma troca: você lhe entrega o seu próprio fardo e assume o fardo dele, que é suave. Que jugo será este, que parece leve a quem o abraça? Só pode ser o jugo do amor. É com ele que as mães não desanimam da educação dos filhos, os pais perseveram no trabalho, os médicos acolhem os enfermos, os pobres perdoam a seus opressores.
O contrário do amor não é necessariamente o ódio. Quase sempre, o oposto do amor é o egoísmo: uma vida centrada em si mesmo, a busca de interesses pessoais, a ênfase nas ofensas recebidas, a indiferença diante da dor alheia. Os santos não são heróis, são apaixonados...
Sim, os santos são ex-cêntricos: saem do próprio centro e se projetam para o outro, buscando para ele a felicidade e a realização. Só assim podemos entender a pertinácia de um Dom Bosco, a dedicação de Madre Teresa de Calcutá, o desapego de Francisco de Assis. O progresso do estudante, o sorriso do moribundo, o beijo do leproso – eis a recompensa dos três irmãos universais.
Jesus foi o modelo de todos eles. Jesus abraça a cruz – que lhe dói como a qualquer mortal – sabendo que aquele sofrimento permitia a salvação de toda a humanidade. Sua Paixão e sua Morte tinham sentido. Ancoravam-se no amor.
Qual a motivação de nossa vida? Por que estamos na estrada? Seria por amor?
Orai sem cessar: “Por amor de meus irmãos e de meus amigos,
pedirei a paz para ti.” (Sl 122,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Escute a reflexão no vídeo abaixo
Leitura do Evangelho de São Mateus, Cap. 11, 28-30.
Jesus é o mestre com fardo leve —28Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, 30pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

