MEDITAÇÕES SOBRE A REVELAÇÃO - PARTE VII
Reflexões sobre a revelação divina, a Importância das escrituras e como interpretá-las segundo instrução da Igreja. Estas reflexões compõem um estudo comentado sobre a constituição dogmática Dei Verbum sobre a revelação divina.
Rafael Andrade Filho
7/13/20251 min ler
ORGANIZANDO E ENTENDENDO O TEXTO
PREMISSA MAIOR:
Deus, em sua infinita bondade, se "acomoda" a nossa natureza.
O que podemos entender por acomodação?
É a adaptação de Deus ao humano, às suas fraquezas e limitações, em sua maneira de se revelar a ele.
AGORA MEDITEMOS:
A pedagogia de Deus - ou seja, como Deus nos ensina - é sempre acomodativa, pois ele é quem nos alcança apesar de nossas limitações, sem tocar em nossa liberdade. Deus nas fala em palavras humanas, se acomodando à nossa cultura e convenções, e vai através disto movendo-nos em sua direção, como um navio que precisa mudar de direção, mas não se pode virá-lo de uma só vez. Como sempre repetimos: a história da salvação é a busca de Deus pelo homem.
E, ao mesmo tempo, se meditarmos mais profundamente, notaremos que a acomodação que Deus faz é em si mesma pedagógica. A pedagogia da história da Salvação é Deus acomodando-se, ele mesmo, às pessoas, onde elas estão, para levá-las a um outro lugar, um lugar melhor. E máxima acomodação é a Palavra de Deus se tornando humana, de maneira que a Palavra deu a si mesma para nós em palavras humanas.
Assim como sentimos alegria e gratidão quando olhamos para o Cristo encarnado, deveríamos igualmente sentir a mesma alegria, gratidão e amor ao lermos as Escrituras. São Jerônimo disse: "Ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo". Ele também disse: "Apatia com relação às Escrituras é apatia com relação a Cristo".
Portanto, peçamos a Jesus a graça de sermos piedosos também para com as Escrituras
Texto de Rafael Andrade Filho.
Seguimos com nossa leitura comentada sobre a Dei Verbum. Para ler o estudo prévio, clique Aqui.
Leiamos agora o capítulo III, número 13:
CAPÍTULO III
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURAE A SUA INTERPRETAÇÃO
Condescendência de Deus
13. Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza». As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana.