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NENHUM SINAL LHE SERÁ DADO... (Lc 11,29-32)

OS EVANGELHOSLC 11

Antonio Carlos Santini

3/12/20253 min ler

Este Evangelho confirma aquilo que se percebe durante toda a vida de Jesus Cristo: ele é odiado. O Messias esperado e rejeitado. O máximo dom de Deus – o próprio Filho que se encarnou para nos salvar – é repelido como incômoda ameaça. Mesmo depois de sua morte e ressurreição, esse ódio não se diluiu, ainda quando assume, em nosso tempo, ares mais “civilizados”.

Como se não bastasse a água mudada em vinho, o pão multiplicado, os doentes curados, cegos que veem, paralíticos que carregam sua padiola pelas ruas, os inimigos de Jesus insistem em tentá-lo: “mostra-nos um sinal”.

Santo Efrém de Nísibe (306-373 d.C.) comenta este Evangelho:

“Nosso Senhor deixou de lado os reis e os profetas, suas testemunhas, e apelou aos ninivitas. São eles que irão julgar aqueles que, depois de terem visto numerosos sinais, continuam sem crer. Jonas tinha anunciado a destruição aos ninivitas, inspirando neles o temor; ele havia semeado o espanto entre eles, que apresentaram os frutos da contrição e da penitência; aqueles pagãos se aproximaram de Deus e receberam a vida.

Se os ninivitas tivessem desprezado Jonas, teriam descido vivos à mansão dos mortos, tal como Jonas no ventre do peixe. Mas como fizeram penitência, foram reconduzidos da morte para a vida, como Jonas. Assim é também em relação a nosso Senhor: ou os homens vivem por sua morte, ou então eles morrem por causa dela.

Para aqueles que pedem uma pregação proveniente do alto, nosso Senhor oferece uma pregação que vem das profundezas; é que eles tinham ouvido uma pregação proveniente do alto, mas não haviam crido. Por isso a pregação sobe das profundezas, como a de Jonas saiu da barriga do peixe. Nosso Senhor, por sua ressurreição, saiu vivo do ventre da terra e enviou os apóstolos entre as nações: a pregação deles é pregação da ressurreição que sobe das profundezas; por ela as nações se convertem e recebem a plenitude da vida. Assim é o sinal de Jonas: uma palavra proveniente das profundezas e que nos dá a vida.”

De fato, a Palavra de Deus deveria ser suficiente para nossa conversão. Muitos, porém, continuam em busca de sinais. No interior da comunidade cristã, existem os afeiçoados a pretensas revelações, aparições jamais confirmadas pelo Magistério, sinais no sol e profecias tenebrosas. Do lado de fora, ao contrário, estão aqueles sábios que sabem “ler” os sinais do Evangelho como casos de epilepsia, alucinações coletivas, e chegam a ver no maná uma produção de toneladas de “polissacarídeos” pelas árvores do... deserto...

Bem-aventurados os que não viram e creram...

Orai sem cessar: “Senhor, confio em vossos mandamentos!” (Sl 119,66)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Escute a reflexão no vídeo abaixo

Leitura do Evangelho de São Lucas, Cap. 11, 29-32

O sinal de Jonas 29 Como as multidões se aglomerassem, começou a dizer: “Essa geração é uma geração má; procura um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal de Jonas. 30 Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também o Filho do Homem será um sinal para esta geração. 31 A rainha do sul se levantará no Julgamento, juntamente com os homens desta geração e os condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, mas aqui está algo mais do que Salomão! 32 Os habitantes de Nínive se levantarão no Julgamento juntamente com esta geração, e a condenarão, porque se converteram pela pregação de Jonas, e aqui está algo mais do que Jonas!

Texto da Bíblia de Jerusalém.

IMAGEM DE CAPA:

MONGE EM ORAÇÃO

J. Ferrer y Pallej /1899

© Coleção particular

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