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O PÃO QUE DESCE DO CÉU (Jo 6,41-51)

Sobre o Evangelho deste Domingo (11/08/2024)

OS EVANGELHOSJO 6

Antonio Carlos Santini

8/11/20242 min ler

Em seu êxodo pelo deserto, Israel só pôde sobreviver graças a um pão que caiu do céu: o maná (cf. Ex 16). No tempo de Elias (cf. 1Rs 19), o profeta chegara ao extremo de suas forças físicas espirituais, e também foi alimentado por um pão maravilhoso que lhe permitiu caminhar 40 dias e 40 noites (é exatamente esta a figura em relevo que existe na mesa da comunhão da catedral da Boa Viagem, em BH).

Agora, no Evangelho de São João, é Jesus quem se apresenta (eu deveria dizer “oferece”?) como “pão de vida”, pão vital, alimento para a eternidade: “para que não morra quem dele comer”. O Mestre associa em definitivo a Eucaristia e a ressurreição.

O teólogo Hans Urs von Balthasar comenta: “Jesus se nomeia (em lugar do maná) como o verdadeiro pão oferecido pelo céu. Quem pode crer nisto quando se conhece seu pai e sua mãe, o que prova que de modo algum ele vem do céu? Com isso, Jesus atrai a atenção não sobre si mesmo, suas palavras e seus milagres, mas sobre o Pai. Sobre Deus, em quem devemos crer, aquele que conduz ao Filho todos os que são verdadeiramente instruídos por ele. Ao Filho que é o único a conhecer verdadeiramente o Pai, o único que pode revelar sua natureza e conduzir à vida eterna.”

“O maná – prossegue o comentarista -, ao qual os judeus se referiram, não podia revelar o Pai de modo algum, e tampouco a vida eterna: aqueles que o tinham recebido estavam mortos. Mas agora que o Pai conduz ao Filho e o Filho reconduz ao Pai, agora quando o Pai dá a si mesmo no Filho (pois todos os que recebem o Filho serão instruídos por Deus), e o Filho, no dom de si mesmo, revela o amor do Pai, a morte terrestre não tem mais nenhum poder e nenhuma significação, a “vida eterna” é infinitamente superior à morte corporal.”

“E a fim de que esta declaração não seja considerada como um fantasma espiritual exagerado, Jesus ainda declara para completar: ‘O pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo’. Tão real quanto, para Elias no deserto, um pão e um jarro de água surgiram subitamente ao alcance da mão, encontra-se ao alcance da mão este corpo que, uma vez entregue, tornar-se-á o pão para a vida do mundo.”

A cada celebração eucarística, renova-se para nós o convite a tomar o alimento que nos vacina contra a morte eterna.

Orai sem cessar: “Senhor, dá-nos sempre deste pão!” (Jo 6,34)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Imagem de Capa

Alegoria da Santa Eucaristia / Miguel Cabrera / México / 1750

Material: óleo em Tela

Dimensões: 43 x 33 cm

Localização Atual: Coleção Privada

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