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PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS... (Mt 7,1-5)

OS EVANGELHOSMT 7PR

Antonio Carlos Santini

6/23/2025

Ninguém gosta de ser julgado. E o desgosto é maior quando nossos erros e fracassos são julgados com dureza, sem que seja levada em consideração a boa intenção que tivemos ao agir (ou não agir). O povo tem até uma frase lapidar para isto: “De bem-intencionados o inferno está cheio!”

Ora, neste Evangelho, Jesus Cristo nos dá um autêntico imperativo: “Não julgueis!” Ele sabe que conhecemos mal as pessoas, não vemos o interior, o profundo do ser. Só Deus tem essa faculdade, por isso cabe a ele o julgamento.

Isto não significa que tenhamos de brincar de “Poliana” e juntar o bem o mal na mesma caçamba. É por isso que Santo Agostinho comenta esta passagem, dizendo:

“Julgo que aqui não se diz outra coisa, senão que devemos interpretar no melhor sentido aquelas coisas que não sabemos com qual intenção foram feitas. Deus nos permite julgar aquelas coisas que não se podem fazer com boa intenção, como as blasfêmias, os estupros e outras coisas parecidas. Mas sobre os feitos duvidosos, que podem ser realizados com boa ou má intenção, é temerário fazer juízo, sobretudo para condenar.”

Este ensinamento de Jesus acontece em nosso benefício. É que todos nós, no devido tempo, passaremos por um julgamento. Não se trata apenas do juízo final, mas do “pequeno juízo” que nos aguarda na passagem desta vida para a vida definitiva: “Está determinado que se morra somente uma vez, e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9,27) Se está à nossa espera o banco dos réus, não temos o direito de nos arvorar em magistrados...

S. Agostinho comenta a “medida com a qual medimos os outros”: “Se julgamos com juízo temerário, haveremos de ser julgados por Deus de modo temerário? Se medirmos com medida iníqua, Deus nos há de julgar com outra do mesmo tipo? Creio que o nome de medida dá a entender o próprio juízo. Mas isto se disse, porque é necessário que a temeridade com que castigas o outro castigue a ti, pois muitas vezes a iniquidade não prejudica em nada o que sofre a injúria, mas necessariamente prejudica aquele que a comete”.

Um rápido passeio pelas redes sociais nos mostra a facilidade com que pessoas são julgadas, em verdadeiro desfile de ódios, antipatias e partidarismo fora de medida. O Evangelho de hoje deve servir-nos de alerta. Quem avisa, amigo é...

Orai sem cessar: “Preserva a tua língua do mal!” (Sl 34,14)

Escute a reflexão no vídeo abaixo

Leitura do Evangelho de São Mateus, Cap. 7, 1-5

Não julgar 1 Não julgueis para não serdes julgados.2Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos. 3Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu? 4Ou como poderás dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.

Texto da Bíblia de Jerusalém.

IMAGEM DE CAPA:

O ANGELUS

JEAN-FRANÇOIS MILLET / 1857 - 1859

Museu d'Orsay , Paris, França

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