a statue of a man in a suit and tie

PRIMEIRO A LIBERTAÇÃO, DEPOIS A REPREENSÃO (Mt 14,30-31)

OS EVANGELHOSPRMT 14

Venerável Fulton Sheen (1895-1979)

8/5/2025

A tripulação solitária não estava tão solitária quanto imaginava. O mesmo ritmo de alegria e tristeza que permeava a vida de Jesus estava presente aqui; pois foi em meio a escuridão, tempestade e perigo que Cristo veio, caminhando por sobre a crista das ondas de um mar em fúria. Agora que tinha demonstrado seu poder: [...] aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram:

Tu és verdadeiramente o Filho de Deus. (Mt 14,33)

Reconheceram que Ele não era só o Messias esperado, mas também o Filho de Deus. Alguns dos homens naquele barco haviam sido discípulos de João Batista e tinham ouvido o Pai dizer durante o batismo do Senhor que este era o Filho de Deus. É também muito provável que alguns deles tenham estado presentes quando o demônio declarou que Ele era o Filho de Deus. Natanael já Lhe tinha dado este título.

Foi nessa ocasião que Pedro, quando viu Nosso Senhor e antes que este entrasse no barco, perguntou se podia andar sobre as águas e ir até Ele. O Senhor ordenou que Pedro fosse; mas, depois de alguns metros, Pedro começou a afundar. Por quê? Porque levou em conta os ventos; porque se concentrou nas dificuldades naturais; porque não confiou no poder do Mestre e não manteve os olhos Nele.

Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e [começou] a afundar. (Mt 14,30)

Por fim, clamou ao Senhor por ajuda:

Senhor, salva-me! No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste? (Mt 14,30-31)

Primeiro veio a libertação, depois a repreensão — e provavelmente com um sorriso no rosto e amor na voz. Esta não foi a única vez que o pobre Pedro duvidaria do Mestre a quem tanto amava. Aquele que pediu para caminhar sobre as águas a fim de aproximar-se logo do Senhor foi o mesmo que mais tarde juraria estar pronto para ir à prisão ou até mesmo para ser morto pelo mestre. Corajoso no bote, mas tímido nas águas, mais tarde seria valente na Última Ceia, mas covarde na noite do julgamento. A cena no lago era um ensaio da outra queda de Pedro.

Excerto de: Sheen, Fulton J.. Box - Vida de Cristo (Portuguese Edition) (pp. 226-228). Petra. Kindle Edition.

Escute a reflexão no vídeo abaixo

Leitura do Evangelho de São Mateus, Cap. 14, 13-21

Jesus caminha sobre as águas e Pedro com ele —22Logo em seguida, forçou os discípulos a embarcar e aguardá-lo na outra margem, até que ele despedisse as multidões. 23Tendo-as despedido, subiu ao monte, a fim de orar a sós. Ao chegar a tarde, estava ali, sozinho. 24O barco, porém, já estava a uma distância de muitos estádios da terra, agitado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Na quarta vigília da noite, ele dirigiu-se a eles, caminhando sobre o mar. 26Os discípulos, porém, vendo que caminhava sobre o mar, ficaram atemorizados e diziam: “É um fantasma!” E gritaram de medo. 27Mas Jesus lhes disse logo: “Tende confiança, sou eu, não tenhais medo”. 28Pedro, interpelando-o, disse: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas”. 29E Jesus respondeu: “Vem”. Descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas e foi ao encontro de Jesus. 30Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus estendeu a mão prontamente e o segurou, repreendendo-o: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram ao barco, o vento amainou. 33Os que estavam no barco prostraram-se diante dele dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

Curas na terra de Genesaré —34Terminada a travessia, alcançaram terra em Genesaré.35Quando os habitantes daquele lugar o reconheceram, espalharam a notícia de sua chegada por toda a região. E lhe trouxeram todos os doentes, 36rogando-lhe tão-somente tocar a orla da sua veste. E todos os que a tocaram foram salvos.

Texto da Bíblia de Jerusalém.

IMAGEM DE CAPA:

CRISTO CAMINHANDO SOBRE AS ONDAS

Autor Desconhecido / Sec. 17

Óleo sobre lazulita

(uma rocha metamórfica de cor azul, de opaca a translúcida, composta especialmente de lazurita e calcita utilizada como gema ou como rocha ornamental desde antes de 7 000 a.C.)

Coleção Privada

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