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RESTITUIR O QUÁDRUPLO! (Lc 19,1-10)

OS EVANGELHOSLC 19PR

Antonio Carlos Santini

11/18/20253 min ler

Em pleno banquete, cercado de gente conhecida, Zaqueu se toca com a presença de Jesus em sua casa e manifesta publicamente a decisão de restituir os valores que arrecadara em excesso, de modo fraudulento. Estamos diante de um caso de “reparação”.

Quando nós nos confessamos e recebemos uma “penitência” a ser cumprida, o sentido profundo dessa prática é exatamente a reparação do mal causado por nossos pecados. Arrependidos de nossos vícios e crimes, pedimos (e recebemos!) o perdão de Deus, mas ainda estamos obrigados a reparar o mal que cometemos.

Assim nos ensina o “Catecismo da Igreja Católica” (nº 2487): “Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência.”

O gesto de reparação é a prova cabal de um coração contrito e arrependido. Tanto que Jesus não consegue evitar o comentário final: “Hoje, a salvação entrou nesta casa!”

Quando os órgãos de imprensa lançam lama sobre a reputação de gente inocente, raramente tentam reparar os erros cometidos. A manchete de lama vem na primeira página; o “erramos” vem no miolo do jornal, em letrinhas bem pequenas. Nós não podemos ser assim.

Conta-se que uma mulher procurou por Santo Afonso de Ligório para se confessar. Seu pecado de estimação era a calúnia. O Santo teria deixado a confissão interrompida, ordenando que a penitente fosse a casa, pegasse uma galinha e voltasse até a igreja, depenando a pobrezinha. Já de volta ao confessionário, recebeu a penitência: recolher todas aquelas penas que viera jogando ao longo das ruas. A infeliz disse: - “Mas isto é impossível! O vento já espalhou todas elas...” E o Santo: “Assim também não há como recolher todas as calúnias que você tem feito contra os outros...”

Orai sem cessar: “Feliz o homem cujo pecado foi absolvido!” (Sl 32,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

Escute a reflexão no vídeo abaixo

Leia aqui o Evangelho...

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas cap. 19, 1-10

Zaqueu —1E, tendo entrado em Jericó, ele atravessava a cidade.2Havia lá um homem chamado Zaqueu, que era rico e chefe dos publicanos. 3Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, pois era de baixa estatura. 4Correu então à frente e subiu num sicômoro para ver Jesus que iria passar por ali. 5Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo ficar em tua casa”. 6Ele desceu imediatamente e recebeu-o com alegria.

7À vista do acontecido, todos murmuravam, dizendo: “Foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: “Senhor, eis que eu dou a metade de meus bens aos pobres, e se defraudei a alguém, restituo-lhe o quádruplo”. 9Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque ele também é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

Fonte: Bíblia de Jerusalém.

IMAGEM DE CAPA:

CRISTO EXPULSANDO OS MERCADORES DO TEMPLO

Holanda / 1570 / Peter Bruegel

Galeria Nacional da Dinamarca / Copenhagen/ Dinamarca

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